Genomas antigos mostram quando humanos e neandertais se encontraram e cruzaram
Pesquisadores sequenciaram os genomas humanos mais antigos já encontrados, com idade entre 42 mil e 49 mil anos. Esses dados trazem pistas sobre as interações entre Homo sapiens e neandertais. Descobriu-se que essas populações não apenas coexistiram, mas também trocaram DNA, que ainda está presente em humanos não africanos de hoje.
Essas trocas genéticas, chamadas de admixturas, ocorreram logo após os primeiros humanos deixarem a África. Cientistas analisaram genomas de sete indivíduos de dois locais: Ranis, na Alemanha, e Zlatý kun, na atual República Tcheca. Esses indivíduos viveram no mesmo período e tinham relações genéticas próximas.
As análises mostraram que o cruzamento entre essas espécies aconteceu poucas gerações antes da época em que esses indivíduos viveram. Isso confirma que tais interações foram frequentes e não eventos isolados.
O DNA analisado revelou que todos os humanos modernos fora da África compartilham traços dessa mistura genética inicial. Isso significa que uma única população ancestral deu origem a essa herança genética comum.
Os habitantes de Ranis e Zlatý kun tinham características físicas semelhantes às populações africanas da época, como pele, olhos e cabelos escuros. Esses encontros com neandertais, ocorridos há cerca de 45 mil a 49 mil anos, marcaram o início de um legado genético que influenciou a evolução humana.
O estudo também destaca misturas posteriores com os Denisovanos, detectadas em populações modernas. Enquanto o DNA neandertal representa um marco inicial, os traços Denisovanos surgiram em períodos mais recentes.
Essas descobertas ajudam a entender como a interação entre espécies humanas moldou nossa história. Cada pedaço de DNA é um registro vivo desses encontros que impactaram nossa ancestralidade.